Curso regular em Teatro e Imaginário

O curso de férias em Teatro e Imaginário "Segredos do Labirinto" nas primeiras semanas de 2012  foi intenso, profundo e me trouxe muitos novos desafios. Cada uma das imagens criadas trouxeram conhecimento e experiência e vieram de um lugar invisível para o corpo-cena e para a palavra-voz.
Como característica do curso de férias me arrisquei a experimentar (longe de instituições, normas e regras),  a proposta da Deriva na Praça Benedito Calixto. Mistura do "flaneur" de Baudelaire, do Jogo da Amarelinha de Cortázar, das minhas recentes oficinas no XIX de Teatro e ainda do seminário Mutações: Elogio à Preguiça, especificamente a palestra do Guilherme Wisnik, em que ele descreveu a proposta dele de Deriva para refletir sobre Arquitetura.
Uma elaborada proposta para refinar a percepção e a corporeidade como a define Merleau-Ponty. E conto aqui: foi mágico. Difícil também foi. Fizemos um passeio pela ficção usando a realidade como cenário.
Fiquei muito agradecida por poder, finalmente propor essa tão intrincada rede que constrói esse delicado trabalho, agradecida aos parceiros e alunos que mergulharam comigo na vastidão das imagens desconhecidas do insconsciente: Vera Alejandra, Márcia Fernandes, Marcos Coin, Rafael Curátolo, Marina Inês Pannunzio, Alessandra Menezes, Renato Stefani Ruffo, Lilian Abdala, Luciana Hilst, Giselda Pereira, Raffaella Pezzilli, Nádia Tobias, Rhauna Damous, Larissa Glebova e Ana Biglione.
E, ainda que, fosse meu desejo, embora não formulado, surgiu a idéia e oportunidade, de que o curso se torne regular.
E vai ser de festa, celebração e formação simbólica. Com música ao vivo uma vez por mês em encontros dionisíacos, com vinho, uva e corpo em transformação. Artistas amigos, músicos queridos, professores que admiro serão convidados ao longo de um ano para nutrir a forja da criação em um grande furo no sistema - o prazer. Hedonista não é? Em tempos de superficialidade, mergulhar nas profundezas da Alma parece muito fora de moda e por isso mesmo, causa estranhamento. Mas, como sabemos, é das causas, a mais justa.
Venham!

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